quarta-feira, 26 de março de 2014

O poema nosso de cada dia

Bom que oficialmente
Ser poeta não é ofício
De que se tire sustento

Há raras exceções
Mas poesia não foi comprada
Nem vendida

Há editoras, no entanto
Que obtêm mortos
E os celebram
Sem grande comoção

Grão de exceções
Ainda não é
E nunca foi
Best-seller

Que o dinheiro
Não venha
(e não vem)
Prostituir a musa
E remover as cordas da lira

Que a prosa aguada
Continue a vender
Vender
Igual pornografia
(Isso é tão lindo!)

E a lira permaneça
Sem dar grandes recursos
A quem escreve
Poeta tem sete vidas
E sobrevive

Que continue sendo
Um ato altruísta do
Poeta coa poesia
Mesmo à margem
Da margem

Sem colonizadores
Poesia poema poeta
Na periferia salvos
nos desvãos escuros
Um tesouro
Para poucos.

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