quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Infância

buscando uma senda sem dor
houve
no desvão de um bosque
a escada para uma árvore
uma casa na árvore
 
subi
e lá estavam todos os brinquedos
que outrora destruí

lá estava
eu novamente:
menino 
 
e os heróis de plástico barato
esquilos, castelo de papelão
cavalo de pau o trem de corda
auto de madeira & rolimã

e as músicas de roda
a cada canto
ressarcindo
a memória dada como perdida

e um certo hábito de ser feliz
do menino:  
eu

novamente a infância
permanecida num desvão
de madeira e arbustos

uma escada no árduo
caminho
esconderijo
onde não se ouve o soluço
das águas cortando
a vida
esconderijo
onde a infância ainda vive.

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