Aceito o escorpião rajado
A correr nas minhas veias
O gosto ferruginoso do álcool
E a blasfêmia da manhã
Aceito o mel da indiferença
O bombardeio de ossos
E os cacos de vidro
Que mastigo casualmente
Aceito o cavalo indócil
E abro o coração
Para o verme da lira e o vexame
Dos espelhos
Recebo o riso de escárnio
Como elogio
E semeio meu verbo
Nas grutas da maldição
Na sobrevida entre perigo
Ressaca e mofo – sorvo calmo
Com certa volúpia
O thinner
O veneno das cobras
E o rugido dos lobos
Sem precisar dizer
Qualquer palavra de escusa.
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