Não há
culpados quando a noite avança
E as almas
entram em colisão
Explodem
dois asteroides
No céu dos
nossos olhos vermelhos
Não há
culpados quando os dias que fizemos
Num instante
se tornam inservíveis
Como as
pêras esquecidas ou como a cerveja
Morna morta
num copo às quatro da manhã
A harmonia
dos corpos em noites indolentes
Disfarça o
fel e a ferrugem natural do tempo
Por que no
fim a solidão é um refúgio
Dessa eloquência
de palavras gris
Muito
proferidas no silêncio
Tudo explode
tudo queima e não há culpados
Há um
rio-lugar-comum
Sempre dizendo
desse encontro
Como a
véspera do que nos acostumamos a esperar
Já quase sem
desespero
Não há
culpados quando cada um carrega seu próprio abismo
E é cada vez
mais funda a busca pelo outro
E nos
afundamos mais ao procurar
Não há
culpados e por isso mesmo nos perguntamos
Por que está
acontecendo?
Seríamos
velhos demais e o amor é novo?
Sim, o amor
é novo o amor é virgem
Julgamos
saber tanto um sobre o outro
Mas nos
desconhecemos muitas vezes
Não há
culpados, só uma dor que não cessa
Lágrimas que
não secam e saudades prévias.
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